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EMDR NA INFÂNCIA: VOLTAR A PÔR AS COISAS NO LUGAR

10/9/2014

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«A Dessensibilização e o Reprocessamento pelo Movimento Ocular é um método psicoterapêutico eficaz na resolução de dificuldades emocionais causadas por experiências perturbadoras, difíceis ou assustadoras. Quando as crianças estão traumatizadas, têm experiências perturbadoras ou fracassos repetidos perdem o sentimento de controlo sobre as suas vidas. Tal pode resultar em sintomas de ansiedade, depressão, irritabilidade, raiva, culpa e/ou problemas comportamentais. Sabemos que eventos como acidentes, abusos, violência, morte e desastres naturais são traumáticos, mas nem sempre reconhecemos de que forma afetam a vida quotidiana das crianças. Mesmo os eventos perturbadores mais comuns como o divórcio, os problemas na escola, as dificuldades com os pares, os insucessos, e os problemas familiares podem afetar profundamente o sentimento de segurança, a auto-estima e o desenvolvimento da criança.

Por vezes, quando acontece uma experiência perturbadora, assustadora ou dolorosa, a memória fica “bloqueada” ou “congelada” na mente e no corpo. A experiência pode voltar de modo angustiante e intrusivo. A criança pode reagir através do evitamento de tudo o que esteja associado à experiência perturbadora. Por exemplo, quando uma criança experimenta um grave acidente de bicicleta, pode haver pesadelos repetidos, medo de tentar novas coisas e evitamento de tudo que estiver relacionado com bicicletas.

A maioria dos especialistas acredita que a melhor forma de desbloquear e libertar-se dos sintomas é através da exposição à experiência traumática. Isto significa enfrentar as memórias ou os eventos problemáticos até deixarem de ser perturbadores.

O EMDR utiliza uma estimulação dual (bilateral) da atenção, que significa o varrimento alternado esquerda-direita, que pode ser pelo movimento dos olhos, sons ou música em cada ouvido, ou estimulação táctil, como batidas leves alternadas nas mãos. Têm sido desenvolvidas alternativas criativas para as crianças, que incorporam a estimulação dual da atenção através de fantoches, histórias, dança, arte, e até natação.

O EMDR ajuda a resolver os pensamentos e sentimentos problemáticos associados às memórias, de modo a que as crianças possam voltar às tarefas normais do desenvolvimento e aos níveis anteriores de funcionamento. Para além disso, o EMDR ajuda a fortalecer os sentimentos de confiança, calma e mestria.

Como é uma sessão de EMDR?

O EMDR é parte de uma abordagem terapêutica integrada, sendo frequentemente usada em conjunto com outras práticas como a ludoterapia, a terapia pela palavra, a terapia comportamental e a terapia familiar. O EMDR será explicado e usado com o consentimento da família e da criança.

Uma sessão típica de tratamento EMDR começa de uma forma positiva, levando a criança a usar a sua imaginação para fortalecer o seu sentimento de confiança e bem-estar. Por exemplo, pode pedir-se à criança que imagine um lugar seguro ou protegido, onde se sente relaxada, ou que se lembre de uma situação em que se sentiu forte e confiante. Estas imagens, os pensamentos e os sentimentos positivos são depois combinados com movimentos oculares ou outras formas de estimulação dual (bilateral) da atenção. Estas experiências iniciais com o EMDR oferecem à criança o aumento de sentimentos positivos e ajudam-na a saber o que esperar.

Em seguida, pede-se à criança que aborde uma memória perturbadora ou um evento relacionado com o problema apresentado. A estimulação dual da atenção é novamente usada enquanto a criança se foca na experiência perturbadora. Quando uma memória perturbadora é “dessensibilizada”, a criança consegue enfrentar eventos do passado sem se sentir perturbada, assustada ou evitante. “Reprocessamento” significa apenas que uma nova compreensão, outras sensações e novos sentimentos podem ser associados aos anteriores pensamentos, sentimentos e imagens perturbadores. As memórias problemáticas podem ser mais confortavelmente evocadas como “simplesmente algo que aconteceu”, e as crianças mais facilmente acreditam que “Acabou”, “Agora estou seguro”, “Fiz o melhor que pude, não é culpa minha”, “Tenho outras opções agora”.

O EMDR pode ajudar o meu filho?

O EMDR pode ser usado tanto com crianças pequenas, como mais velhas, e adolescentes. Estudos de caso indicam que o EMDR tem sido usado com sucesso em crianças pré-verbais, bem como com adolescentes que não querem falar sobre os assuntos perturbadores. Como em qualquer outra intervenção, quanto mais nova ou quanto mais evitante for a criança, maior o desafio na procura de formas de a envolver e de focar a sua atenção no problema. É benéfico que os pais e os profissionais expliquem que o EMDR é uma forma de ultrapassar os pensamentos, sentimentos e comportamentos inquietantes. O EMDR tem sido usado para ajudar crianças a lidar com eventos traumáticos, depressão, ansiedade, fobias e outros problemas comportamentais.

O processo EMDR é diferente com cada criança, porque a cura é guiada a partir de dentro. Algumas crianças descrevem que o EMDR é relaxante e têm uma resposta positiva imediata. Outras crianças podem sentir-se cansadas no final da sessão, e os benefícios serem observados nos dias que se seguem. Uma menina de 10 anos esteve engessada durante um ano e estava preocupada com lesões, doenças e morte devido a um acidente traumático. Depois do EMDR começou a chorar lágrimas de alegria e disse “Estou tão feliz, acabou mesmo e eu sou forte”. Um rapaz de 5 anos com problemas de comportamento, cujo terapeuta trabalhava com outras técnicas, e experimentou EMDR disse “Porque é que não fizeste isto comigo antes?”. Outro rapaz de 8 anos que mantinha pesadelos disse “Eles simplesmente saltaram da minha cabeça, os monstros desapareceram”. Outras crianças dizem muito pouco, mas o seu comportamento muda e os pais dizem “As coisas estão a voltar ao lugar”.»

Esta publicação é uma tradução parcial e informal da brochura informativa da autoria da EMDR International Association (EMDR &Children- Guide for Parents, Professionals, and Others Who Care About Children)


Publicado originalmente no Psisalpicos

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EMDR e Avaliação Escolar: Como vencer o monstro dos testes?

10/9/2014

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Dores de barriga, suores, mãos trémulas, “brancas”… são os sintomas mais frequentemente descritos no que respeita à ansiedade associada aos momentos de avaliação. Se bem que talvez todos nós já possamos ter experienciado estas sensações, para algumas pessoas este é um pesadelo recorrente e incapacitante.

A ansiedade dos testes caracteriza-se por pensamentos ruminativos assentes na apreensão e na auto-desvalorização, com ideias de catástrofe iminente (não vou ser capaz, vou chumbar…), que levam a uma forte ativação fisiológica e emocional. Esta rápida erupção de pensamentos negativos perturba a atenção do aluno e prejudica a execução das tarefas. O pavor de não ser capaz transforma-se muitas vezes numa profecia auto-realizável, ou seja, tanto se convence que não é capaz, que acaba mesmo por não o ser. Esta ansiedade dos testes pode assumir uma tal proporção que se alarga ao período de preparação e estudo, sendo o aluno dominado pela apreensão e pela expetativa de fracasso. Os pensamentos de inadequação e incompetência dominam a mente, enviando mensagens permanentes de um desempenho pobre e de consequências catastróficas do fracasso. Deste modo, o aluno pode começar a ter um comportamento evitante relativamente a tudo o que antecede a avaliação.

Esta ansiedade de desempenho ou de avaliação muitas vezes não se restringe aos resultados nem à idade escolar, podendo também verificar-se no teste para tirar a carta e condução, em exames médicos, em atuações em atividades extra-curriculares, falar em público, ou seja, sempre que as competências vão ser apreciadas (examinadas por outro e, de certa forma, pelo próprio).

A maior parte dos alunos reconhece estar preparado e saber a matéria, mas depois têm “uma branca” ou um “ataque de ansiedade” que os impede de realizar a avaliação. Este problema é muitas vezes desvalorizado ou encarado como uma “frescura”, mas pode de facto condicionar significativamente o desempenho da criança, do adolescente ou do adulto, prejudicando o seu futuro. As crianças são confrontadas, cada vez mais cedo, com a pressão das avaliações, do desempenho, das médias, numa fase em que a aprendizagem devia ser divertida. A falta de recursos emocionais para lidar com estas exigências pode aumentar a probabilidade de sofrerem desta ansiedade de desempenho de forma prolongada se não receberem ajuda.

O EMDR parece ser uma ferramenta terapêutica bastante eficaz na diminuição dos sintomas de ansiedade associada aos testes. Estudos indicam que em apenas uma ou duas sessões, existe uma diminuição sintomática de cerca de 50% no que respeita à componente emocional e fisiológica. No entanto, as crenças irracionais (sou incapaz, não sei nada, não valho nada, sou burro…) parecem ser um pouco mais resistentes, necessitando de mais sessões, embora a intervenção seja frequentemente mais curta do que em outro tipo de modalidades terapêuticas.

Tendo em conta que se trata de uma problemática que requer uma resolução rápida de modo a aumentar a funcionalidade do aluno, o EMDR parece ser de facto a modalidade mais indicada. Não deve, no entanto, ficar-se pela diminuição sintomática, sendo necessário dar continuidade à intervenção de modo a que as crenças negativas que permanecem não deem lugar a outro tipo de sintomatologia em situações análogas. De recordar, que o EMDR é uma abordagem terapêutica que assenta em vários canais: imagético, emocional, cognitivo, sensorial, não devendo nenhum ser descurado.


Publicado originalmente no Psisalpicos

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PEQUENOS GRANDES TRAUMAS DA INFÂNCIA

10/9/2014

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Quando se fala em EMDR, fala-se obrigatoriamente em trauma, o que pode levar a algum reducionismo de uma prática que se tem revelado abrangente, pois há tendência a associar o trauma a situações catastróficas. Se bem que o EMDR começou por ser essencialmente utilizado em pacientes com Perturbação de Stress Pós-Traumático (grande trauma), tem aplicação em quase todas as situações em que existe uma intensa experiencia emocional negativa associada a episódios “menores” (pequeno trauma). 


Se os grandes traumas são relativamente fáceis de identificar e mobilizar ajuda (acidentes, assaltos, mortes, bullying, abuso sexual, abandono), os pequenos traumas nem sempre são devidamente identificados e valorizados.

Na minha prática clínica com crianças, os pais perguntam frequentemente “qual é a causa?”, procurando identificar a origem da problemática dos filhos. Se muitas vezes a história individual e familiar ajuda a compreender, pelo menos, algumas das causas, outras vezes não conseguimos fazê-lo. Sabemos, sim, que aconteceu algo em determinada altura do desenvolvimento da criança que foi vivido com extrema intensidade. O que costumo explicar aos pais é que existem situações que são relativamente inócuas para os adultos e passam até despercebidas, mas que são vividas com grande angústia pela criança.

A infância é marcada por tentativas repetidas, fracassos e, finalmente, êxitos. Normalmente, as crianças têm o equipamento necessário para lidar com estes desafios. Para atingir estes feitos, a criança precisa de sentir que é amada, que tem valor, que é capaz e que está segura. Episódios de aparente pouca relevância, como uma queda no recreio do jardim-de-infância, engasgar-se com a comida, assistir a uma cena na TV, ouvir um estrondo repentino, ter um pesadelo, observar uma expressão facial de apreensão no pai ou na mãe, ter um mau resultado na escola, assistir a uma discussão, podem pôr em causa o sentimento de valentia e mestria que apoiam o percurso do desenvolvimento e o caminho para a independência. Frequentemente os adultos desvalorizam algumas destas situações porque as consideram normais ou pouco importantes. Por outro lado, poderão achar que a criança nem percebe o que se passa, por isso não vai ficar afetada. No entanto, a capacidade que as crianças têm para compreender a situação e expressar o que sentem é bastante inferior à intensidade com que a vivem.

Na infância as experiências são essencialmente sensoriais com emoções em bruto e, dada a dificuldade em elaborá-las, o reflexo surge sobretudo ao nível do comportamento. Dada a incapacidade em interpretar logica, racional e verbalmente os eventos, as crianças “gravam” na sua mente mensagens negativas que tendem a afetar o seu bem-estar e o seu funcionamento de forma prolongada, muitas vezes até à idade adulta. Alguns exemplos destas mensagens são: estou em perigo, não presto, não sou capaz de fazer nada, ninguém gosta de mim. Quantos de vós, adultos, se reconhecem nestas crenças negativas e como estas interferem na vossa vida pessoal, social e profissional? Imaginemos agora o que estas perceções de si próprias fazem a crianças com a vulnerabilidade típica da idade e sem a capacidade para as perceber, dizer e expressar.

Há tempos, um rapaz de 12 anos que apresentava “acessos de fúria” (entre aspas porque na verdade o que fazia era largar os livros e fechar-se no quarto) quando se confrontava com uma dificuldades escolar, tinha igualmente uma postura adultomorfa e erguia todas as suas defesas quando eu procurava chegar às suas emoções. Cerca de dois anos antes, houve um desacato à porta do prédio entre os pais e um vizinho, que acabou em agressões físicas. Este rapaz, na altura do conflito com 10 anos, ligou três vezes para o 112. Continuava, no entanto, a repetir “eu não fiz nada, devia ter feito alguma coisa para acabar com aquilo”, revelando um sentimento de impotência e uma crença de que devia ter feito mais do que fez. Três anos antes, a avó deste rapaz faleceu. Chegou a vê-la no hospital em fase terminal, mas não se despediu. Depois da morte da avó, começou a revelar grande agressividade na escola, batia nos colegas, atirava com as cadeiras. “Fui muito mau para a minha professora, sou mau quando sinto coisas”. O EMDR ajudou a perceber, mais uma vez, que o pensamento negativo era de que nada fez para salvar a avó. O processamento destas situações ajudou a desbloquear estas crenças negativas e irracionais (sou fraco, sou mau), permitindo a instalação de recursos e respostas mais adaptativos, associados a um pensamento mais positivo: este rapaz fez o que pôde e expressou-se como foi capaz, tendo em conta a sua idade. Passou a ser mais capaz de entrar em contacto com as suas vulnerabilidades, aceitando-as e reagindo de forma ajustada. As dificuldades escolares acentuavam esta perceção de que não era capaz porque era fraco, reagindo com “fúrias” que ao mesmo tempo que o faziam sentir-se mais forte, reforçavam igualmente a ideia de que era mau.

A psicoterapia EMDR foi bastante importante neste caso, tendo em conta que existiam vivências traumáticas que o colocavam numa posição muito defensiva e difícil de quebrar com outra abordagem terapêutica.

Termino com alguns exemplos de reações que as crianças podem apresentar depois de uma vivência traumática (imediatamente a seguir ou algum tempo depois), retirados do livro “Usando EMDR com ninõs”:

-Alterações do Sono: pesadelos, sono agitado, falar/gritar durante o sono, dificuldade em adormecer, medo de ir dormir, enurese noturna;
-Culpa: responsabilizar-se pelo acontecimento e por tudo o que acontece, comportamento excessivamente desajustado que implica castigos ou, pelo contrário, comportamento excessivamente adequado para a idade;
-Regressão: comportar-se como um bebé, dependência excessiva, dificuldade em ficar sozinho, procura excessiva de atenção);
-Medo: medo de aspetos diretamente relacionados com o evento, reação excessiva a ruídos fortes ou movimentos repentinos, reatividade excessiva ao toque, medos vários;

Muitas destas reações são normais e expectáveis em algumas fases do desenvolvimento. É a intensidade, a frequência e a persistência que traduzem que a criança não está a ser capaz de lidar sozinha com os acontecimentos.

Publicado originalmente no Psisalpicos

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