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Açúcar, Ansiedade e Agitação

7/13/2018

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Parece óbvia a necessidade de atentar à alimentação quando estamos perante um problema de saúde (física). Por exemplo, são relativamente bem conhecidas as recomendações alimentares na prevenção e no tratamento de doenças cardiovasculares, hepáticas, na diabetes, etc. Mas quando se fala em saúde mental e alimentação parece surgir um grande ceticismo, provavelmente por ser ainda uma área de estudo em expansão, que não se resume à recomendação de comer chocolate para melhorar o humor (recomendação esta que, na verdade, deve ser encarada com óbvia moderação). Talvez também porque a saúde mental tem sido sempre um parente pobre da saúde. Na verdade, não há saúde (física) sem saúde mental, nem saúde mental sem saúde. Há cada vez mais investigação nesta área, sobretudo no que respeita ao impacto do microbioma intestinal no eixo cérebro-intestino e às doenças inflamatórias, com descobertas promissoras, como podem ver no artigo que partilhei ontem.


Corpo e mente são indissociáveis, pelo que um corpo malnutrido trará a reboque um cérebro desnutrido, com o consequente impacto no pensamento, nas emoções e no comportamento.
O nosso cérebro é uma máquina que está sempre ligada, o que significa que precisa de atestar constantemente o combustível. Quanto melhor for a qualidade deste combustível, melhor irá funcionar. Logo uma alimentação de qualidade vai nutrir o cérebro e protegê-lo do desgaste. Assim como o motor de um carro deixará de funcionar bem se utilizarmos continuamente um combustível de baixa qualidade, uma alimentação pouco saudável poderá causar danos no nosso cérebro. E o combustível em forma de alimentos inclui proteína, hidratos de carbono e gordura. A mistura correta irá contribuir para maior eficiência.


Nos tempos acelerados que correm (literalmente) temos vindo a descurar a alimentação, recorrendo a alimentos refinados, produtos altamente processados, refeições pré-preparadas, com particular relevo para o excesso de gorduras e de açúcar. O cérebro precisa de açúcar (hidratos de carbono) para funcionar, não sendo por acaso que nas dietas com grande restrição de hidratos de carbono se verifica frequentemente um aumento da agressividade, da irritabilidade e de problemas de concentração, por exemplo. Mas o cérebro precisa do açúcar certo (hidratos de carbono complexos) e aquilo a que assistimos atualmente é a um consumo excessivo de açúcares simples, muitas vezes até mascarados de snacks saudáveis. Frequentemente o recurso ao açúcar tenta cumprir a expetativa de recuperar energia e de combater a ansiedade, tendo na realidade o efeito inverso.

A emoção segue a alimentação (“mood follows food”, já não me recordo onde li esta expressão) e as oscilações do humor seguem as oscilações de açúcar. Um primeiro passo, ao nível da nutrição, para o bom funcionamento do cérebro e para a estabilidade emocional é reduzir o consumo de hidratos de carbono simples e refinados. Açúcar, farinhas brancas e derivados provocam um aumento brusco do açúcar no sangue e depois a queda. Daí aquele pico de energia logo depois de comermos um doce ou uma refeição rica em hidratos simples, seguido de uma quebra uma hora ou duas depois, quando os níveis de glucose descem e a fadiga e a irritabilidade regressam. A tendência é voltar a ingerir produtos açucarados para recuperar, provocando uma montanha russa de açúcar e, consequentemente, de fadiga, agitação e ansiedade. Aliás, são cada vez mais os estudos que sugerem a relação entre o excesso de açúcar, a ansiedade e a perturbação de hiperatividade e défice de atenção. Teremos crianças hiperativas ou malnutridas? Este tema será aprofundado numa publicação futura.

Os altos e baixos de açúcar afetam o funcionamento mental. A descida de glucose no sangue provoca a quebra do humor, irritabilidade, ansiedade, nervosismo, ânsia por doces, insónias, problemas de concentração, agitação, desmaios, fraqueza motora, dores de cabeça, alterações visuais, confusão, tremores… Estes são muitas vezes sinais de “ressaca” que podem levar a um ciclo vicioso, com nova ingestão de açúcar para compensar este mal-estar. Uma forma de a evitar é aumentando o consumo de hidratos complexos, proteína e comer várias vezes ao dia, evitando sentir fome. Aconselha-se que procure um nutricionista que o ajude a planear melhor as suas refeições. Muitas pessoas comem mal ingenuamente, sendo necessária uma reeducação alimentar. Acresce ainda a necessidade de averiguar a existência de um problema de compulsão alimentar, com recurso à comida para encher o vazio emocional, tema também a desenvolver em breve.


Sem reduzir o consumo de hidratos de carbono simples, será difícil equilibrar o humor, permanecendo este alterado, às vezes sem se perceber porquê.
 
 

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Férias com Emoção: Ateliers para Crianças e Adolescentes

7/4/2017

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RESILIÊNCIA: COMO AGUENTAR O BARCO?

10/12/2014

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A crise e o desemprego têm servido de mote a algumas das nossas publicações nos últimos tempos. Numa altura em que o país atravessa uma tempestade que parece não ter fim e em que os portugueses pouca esperança têm e apenas torcem para que a maré não piore, vale a pena pensar sobre como se aguenta o barco em condições tão adversas.

A resiliência consiste, em termos gerais, na capacidade de enfrentar as adversidades de forma adaptativa, com vista à transformação e à superação das dificuldades. Esta capacidade assenta na interação entre as experiências precoces, as relações que se estabelecem ao longo da vida, o ambiente, a neurobiologia e a genética.

A crise coloca-nos à prova; o risco ou a realidade do desemprego e as dificuldades financeiras colocam-nos numa situação de extrema ansiedade, que afetam não só o bem-estar pessoal, como o relacionamento com os outros (família, amigos, colegas, vizinhos e até desconhecidos). A tendência é a do negativismo, da depressão coletiva, da falta de esperança, que fazem com que o barco se afunde cada vez mais. Mas algumas pessoas têm uma maior capacidade para se manter à tona e nadar com todas as forças para terra firme; são pessoas mais resilientes.

A gestão das emoções e a tolerância à frustração, o controlo dos impulsos e a flexibilidade mental, o otimismo, a análise do contexto, a empatia, auto-eficácia e a competência social são algumas das características das pessoas mais resilientes. Podemos ainda acrescentar a criatividade, a capacidade para assumir riscos e para criar oportunidades. A propósito de alguns destes conceitos, sugerimos a leitura deste artigo: http://expresso.sapo.pt/os-sete-habitos-da-pessoa-resiliente=f667766

Segundo Robert Wick, autor do livro “Bounce: Living the Resilient Life”, para o desenvolvimento da resiliência importa estar alerta a situações potencialmente prejudiciais, criar objetivos para cuidar de si próprio e evitar a exaustão, rodear-se de amigos que contribuam para o equilíbrio, reconhecer competências e pontos fortes e concentrar-se nos mesmos, analisar-se a si próprio e aceitar-se, e meditar.

“Ser capaz de me equilibrar depois de levar uma rasteira. Acordar com esperança depois de uma série de frustrações. Ver além das circunstâncias da vida de modo a disfrutar o momento”, é assim que Robert Wick resume o resultado da resiliência. E para este resultado é importante também dar um sentido à nossa existência, para que tenhamos motivação e força para nadar contra a corrente e para que o objetivo seja viver e não apenas sobreviver.

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Pelos cabelos: Tricotilomania?

10/10/2014

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Tricotilomania é quando alguém arranca sistematicamente o cabelo ou pelos de diversas partes do corpo (pestanas, sobrancelhas, axilas, barba, pelos púbicos), resultando em peladas evidentes, ou mesmo sangramento e feridas. Varia em termos de gravidade e local no corpo, assim como na resposta ao tratamento.

Tem sido definida como uma Perturbação do Controlo dos Impulsos, estando atualmente enquadrada nas Perturbações Obsessivo-Compulsivas, embora esta classificação seja alvo de discussão.

Estas pessoas puxam frequentemente o cabelo enquanto leem, escrevem, falam ao telefone, trabalham, conduzem, veem televisão ou adormecem. A maior parte fá-lo em privado e nem todos têm consciência de que o fazem. Parece haver alguma predisposição biológica para o ato de puxar e arrancar o cabelo como mecanismo de auto-apaziguamento, que não se enquadra nos comportamentos de auto-mutilação, não havendo intenção de causar dor ou dano a si próprio. No entanto, as causas são desconhecidas, podendo ser desencadeada em resposta a eventos ansiogénicos ou, simplesmente, por fatores sensoriais.

A Tricotilomania manifesta-se habitualmente a partir dos 11 anos, mas pode verificar-se em crianças com menos de um ano. Este distúrbio causa grande angústia nos pais, que se sentem impotentes para travar o comportamento. No próprio, à medida que ganha consciência sobretudo dos efeitos, pode verificar-se isolamento e evitamento de situações de exposição em que não consiga disfarçar as peladas. A severidade é variável e, em alguns casos, o cabelo pode passar a ser mastigado e engolido (Tricotilofagia), trazendo complicações intestinais e digestivas graves que requerem intervenção médica.

Quando ocorre antes do início da adolescência, parece existir menor probabilidade de evolução para um quadro mais complexo. A sua manifestação antes dos 3 anos parece estar mais associada à necessidade de estimulação sensorial para auto-apaziguamento. À semelhança do chuchar no dedo, a criança vai enrolando e puxando o cabelo, essencialmente durante o sono ou quando está a adormecer. Até aos 5 anos, a intervenção passa essencialmente por algumas estratégias discutidas com os pais e os educadores da creche (onde faz a sesta) e incluem a introdução de alguns materiais que dificultam o comportamento e outros que promovem o apaziguamento, para além de ser necessário assegurar que este comportamento não se deve a sentimentos de desamparo. A partir dos 6 anos, as estratégias são relativamente semelhantes, mas já é possível envolver a criança mais ativamente no processo terapêutico. A partir da adolescência, apesar de continuar a ser necessário o trabalho com os pais, a intervenção já será mais individualizada. Em algumas situações requer apenas vigilância e concentração, noutras é necessário um processo mais aprofundado.

Dizer “não arranques” ou castigar são atitudes que não contribuem para a eliminação do comportamento, sendo necessária aceitação, compreensão e ajuda no processo de auto-monitorização e controlo.

Apesar de não se conhecerem as causas e de não existir uma associação direta a fatores de ansiedade, eventos traumáticos ou quadros psicopatológicos, importa sempre a averiguar as vivências da criança, do adolescente ou do adulto e identificar as situações em que ocorre mais frequentemente e se existem fatores desencadeadores.

Em muitos casos a Tricotilomania implica uma intervenção psicoterapêutica com os pais e com o indivíduo, noutros o comportamento desaparece da mesma forma que surgiu, sem causa aparente.

Publicado originalmente no Psisalpicos

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EFEITOS DO STRESS GESTACIONAL NO NEURODESENVOLVIMENTO

10/10/2014

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A exposição materna a excessivos fatores de stress psicossocial durante a gravidez pode ter efeitos negativos no neurodesenvolvimento do feto e da criança, incluindo atraso no desenvolvimento mental e motor, dificuldades no temperamento, e limitações no rendimento intelectual. Os motivos subjacentes prendem-se com alterações na estrutura do cérebro e suas conexões. Foi descoberta recentemente uma ligação direta entre o estado emocional da mãe durante a gravidez e alterações na formação da estrutura cerebral. Filhos de mães que vivenciaram elevados níveis de ansiedade no segundo trimestre de gravidez demonstravam uma diminuição do volume da substância cinzenta em regiões específicas e limitações ao nível das funções executivas.


Um longo, mas muito interessante artigo sobre este assunto que podem consultar AQUI

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