Valentim, bispo romano, continuou a realizar casamentos contra a ordem do imperador Cláudio II, que acreditava que os jovens solteiros mais facilmente se iriam alistar para formar um poderoso exército. Valentim foi descoberto e preso, recebendo bilhetes e flores de jovens que lhe mostravam acreditar no amor. Valentim e a filha do carcereiro acabariam apaixonados. Ela, cega, viria a recuperar milagrosamente a visão. Ele ter-lhe-á escrito uma carta, assinando “de seu Valentim”, expressão muitas vezes repetida em inglês até aos dias de hoje (your Valentine). Valentim viria a ser decapitado a 14 de fevereiro de 270. (Fonte: wikipedia).
Não obstante a falta de comprovação histórica da existência de Valentim, motivo pelo qual a data deixou de ser celebrada pela Igreja Católica, que anteriormente o reconheceu como santo, o Dia dos Namorados tem-se mantido em nome do amor. Como muitas outras datas, este dia tornou-se escravo do capitalismo, em que a prenda ou o jantar forçados se tornaram no único sinal de que ainda há fé no amor, mais não seja para publicar uma foto pseudo-romântica nas redes sociais e/ou para responder ao socialmente esperado. Mas, efetivamente, ainda há fé no amor que existe e é celebrado todos os dias. Muitos casais procuram contrariar a tendência consumista ou simplesmente brincar com ela para neste dia assinalarem apenas a dança de encontros e desencontros, afinações e desafinações que fazem parte da construção de uma relação amorosa.
Talvez haja neste dia tantos jantares de namorados como de encalhados, parecendo estes últimos muitas vezes bem mais divertidos, enquanto se afirmam anti-cupidos, em jeito de “eu já não acredito no amor, mas ainda tenho esperança”, qual bruxedo ou feitiçaria.
“O amor não se diz, faz-se”, diz-nos o psicanalista Coimbra de Matos. Entendo esta frase no sentido de que o amor não se mostra nas palavras (ou só nas palavras), mas nos atos. E entendo que para fazer amor é preciso, em primeiro lugar, fazer-se amar. É preciso amor-próprio para se poder encontrar o amor verdadeiro, para se poder dar e receber. Sem amor próprio procurar-se-á o amor onde não existe, onde não pode ser construído. Sem amor-próprio procurar-se-á a valorização através do outro; sem amor próprio insistir-se-á na independência para fugir ao medo da dependência; sem amor-próprio o amor será dito e (des)feito em desequilíbrio constante; sem amor-próprio o amor será uma constante luta de poderes; sem amor-próprio o amor não será amor, será apenas mágoa, desilusão e desesperança.
O amor dá trabalho, se fosse fácil não seria tão ambicionado. As relações constroem-se, não nascem feitas nem são pré-fabricadas, não são pré-confecionadas nem prontas a levar, não são fast food ou take away como quase tudo na sociedade líquida dos tempos de hoje, em que tudo é efémero e volátil. Para um amor sólido é preciso passar pelas terras movediças da relação com o outro e connosco próprios.
Por isso, antes de mais, Feliz Dia de São Amor Próprio!
Não obstante a falta de comprovação histórica da existência de Valentim, motivo pelo qual a data deixou de ser celebrada pela Igreja Católica, que anteriormente o reconheceu como santo, o Dia dos Namorados tem-se mantido em nome do amor. Como muitas outras datas, este dia tornou-se escravo do capitalismo, em que a prenda ou o jantar forçados se tornaram no único sinal de que ainda há fé no amor, mais não seja para publicar uma foto pseudo-romântica nas redes sociais e/ou para responder ao socialmente esperado. Mas, efetivamente, ainda há fé no amor que existe e é celebrado todos os dias. Muitos casais procuram contrariar a tendência consumista ou simplesmente brincar com ela para neste dia assinalarem apenas a dança de encontros e desencontros, afinações e desafinações que fazem parte da construção de uma relação amorosa.
Talvez haja neste dia tantos jantares de namorados como de encalhados, parecendo estes últimos muitas vezes bem mais divertidos, enquanto se afirmam anti-cupidos, em jeito de “eu já não acredito no amor, mas ainda tenho esperança”, qual bruxedo ou feitiçaria.
“O amor não se diz, faz-se”, diz-nos o psicanalista Coimbra de Matos. Entendo esta frase no sentido de que o amor não se mostra nas palavras (ou só nas palavras), mas nos atos. E entendo que para fazer amor é preciso, em primeiro lugar, fazer-se amar. É preciso amor-próprio para se poder encontrar o amor verdadeiro, para se poder dar e receber. Sem amor próprio procurar-se-á o amor onde não existe, onde não pode ser construído. Sem amor-próprio procurar-se-á a valorização através do outro; sem amor próprio insistir-se-á na independência para fugir ao medo da dependência; sem amor-próprio o amor será dito e (des)feito em desequilíbrio constante; sem amor-próprio o amor será uma constante luta de poderes; sem amor-próprio o amor não será amor, será apenas mágoa, desilusão e desesperança.
O amor dá trabalho, se fosse fácil não seria tão ambicionado. As relações constroem-se, não nascem feitas nem são pré-fabricadas, não são pré-confecionadas nem prontas a levar, não são fast food ou take away como quase tudo na sociedade líquida dos tempos de hoje, em que tudo é efémero e volátil. Para um amor sólido é preciso passar pelas terras movediças da relação com o outro e connosco próprios.
Por isso, antes de mais, Feliz Dia de São Amor Próprio!