A parentalidade “tardia” mobiliza essencialmente informação pouco otimista, apesar das estatísticas serem cada vez mais animadoras. À parte dos fatores associados à saúde, vários estudos referem vantagens no casal que concebe tardiamente: maior maturidade e capacidade de decisão, maior segurança sócio-económica, menor receio e maior controlo no momento do parto, maior confiança nas equipas de saúde, experiência de vida e identidade melhor consolidada, que poderá ajudar a uma melhor adaptação. No entanto, este último aspeto tende a ser mais controverso uma vez que com a idade pode haver uma tendência a uma maior resistência à mudança de rotinas e à alteração de uma vida à partida mais estruturada.
Filhos de pais mais velhos referem frequentemente que os pais são mais rígidos, mas mais justos, que têm mais sabedoria e maior consciência dos valores. De uma forma geral, o casal mais jovem parece manifestar uma maior fragilidade e vulnerabilidade, com maior enfoque nas suas próprias angústias e nos seus conflitos, podendo ter menor disponibilidade emocional para o bebé do que o casal mais maduro.
Em qualquer dos casos, o mais importante será a personalidade e a saúde mental prévias, bem como a rede de suporte do casal, e estes são fatores a que os profissionais de saúde devem estar atentos, para que possam despistar sinais de alerta que requeiram intervenção psicoterapêutica: depressão materna (ou paterna), comportamentos obsessivo-compulsivos, medos exacerbados relativamente à saúde, divisão de papéis entre o casal, conflitos do casal.
Alguns estudos referem que os filhos de pais mais velhos serão menos inteligentes, embora não existam dados que confirmem ou justifiquem esta hipótese. A ser verdade, podemos colocar a hipótese de problemas no neurodesenvolvimento, associados ou não à idade dos pais, mas podemos também avançar com o impacto do estilo parental; a tendência à sobreproteção (no contexto das angústias referidas no post Gravidez Tardia II) pode dificultar experiências mais estimulantes e confinar a criança a um ambiente mais fechado e com menos contacto com experiências novas.
A condição física dos pais também poderá ser um fator de influência, observando-se uma menor resistência física ou predisposição para se sentarem no chão para brincar. Se, do ponto de vista psicomotor e do imaginário, esta possa ser uma desvantagem, poderá ser benéfica a outros níveis, com uma maior aposta em atividades culturais e intelectuais. Mas também é verdade, que existe uma maior tendência a manter a atividade física, que poderá contrariar este aspeto.
A tolerância é também um fator que suscita alguma ambivalência no que respeita às vantagens e desvantagens da idade. Se por um lado são pais eventualmente mais maduros e, por isso, mais tolerantes, por outro, a maior resistência à mudança pode levar a uma maior irritabilidade e tendência à punição. Estas características irão desempenhar um papel fundamental nas práticas mais permissivas ou mais autoritárias que se adotam e que terão grande influência no desenvolvimento sócio-emocional da criança.
Em qualquer idade, o principal é o equilíbrio, a coerência e a consistência, questões que estão muito dependentes das próprias relações familiares vivenciadas pelo pai e pela mãe, e pelas suas histórias individuais.
Publicado originalmente no Psisalpicos
Filhos de pais mais velhos referem frequentemente que os pais são mais rígidos, mas mais justos, que têm mais sabedoria e maior consciência dos valores. De uma forma geral, o casal mais jovem parece manifestar uma maior fragilidade e vulnerabilidade, com maior enfoque nas suas próprias angústias e nos seus conflitos, podendo ter menor disponibilidade emocional para o bebé do que o casal mais maduro.
Em qualquer dos casos, o mais importante será a personalidade e a saúde mental prévias, bem como a rede de suporte do casal, e estes são fatores a que os profissionais de saúde devem estar atentos, para que possam despistar sinais de alerta que requeiram intervenção psicoterapêutica: depressão materna (ou paterna), comportamentos obsessivo-compulsivos, medos exacerbados relativamente à saúde, divisão de papéis entre o casal, conflitos do casal.
Alguns estudos referem que os filhos de pais mais velhos serão menos inteligentes, embora não existam dados que confirmem ou justifiquem esta hipótese. A ser verdade, podemos colocar a hipótese de problemas no neurodesenvolvimento, associados ou não à idade dos pais, mas podemos também avançar com o impacto do estilo parental; a tendência à sobreproteção (no contexto das angústias referidas no post Gravidez Tardia II) pode dificultar experiências mais estimulantes e confinar a criança a um ambiente mais fechado e com menos contacto com experiências novas.
A condição física dos pais também poderá ser um fator de influência, observando-se uma menor resistência física ou predisposição para se sentarem no chão para brincar. Se, do ponto de vista psicomotor e do imaginário, esta possa ser uma desvantagem, poderá ser benéfica a outros níveis, com uma maior aposta em atividades culturais e intelectuais. Mas também é verdade, que existe uma maior tendência a manter a atividade física, que poderá contrariar este aspeto.
A tolerância é também um fator que suscita alguma ambivalência no que respeita às vantagens e desvantagens da idade. Se por um lado são pais eventualmente mais maduros e, por isso, mais tolerantes, por outro, a maior resistência à mudança pode levar a uma maior irritabilidade e tendência à punição. Estas características irão desempenhar um papel fundamental nas práticas mais permissivas ou mais autoritárias que se adotam e que terão grande influência no desenvolvimento sócio-emocional da criança.
Em qualquer idade, o principal é o equilíbrio, a coerência e a consistência, questões que estão muito dependentes das próprias relações familiares vivenciadas pelo pai e pela mãe, e pelas suas histórias individuais.
Publicado originalmente no Psisalpicos